domingo, 7 de fevereiro de 2010

Nos bailes da vida

Não é segredo para ninguém que sou uma grande sonhadora. Que muitas vezes caio de cara no chão, mas que nunca deixei e não quero deixar de ter meus muitos momentos de cabeça-de-vento. Aprendi (aprendo toda vez) a encarar e a lidar com as decepções, as perdas, as quedas. Confesso, ainda dói muito, ainda me dá vontade de desistir e ser indiferente com a vida. Em cinco minutos, isso passa. Em cinco minutos, lembro-me de quem realmente sou.

E, pra variar, estou divagando.

Não é sobre minhas quedas que quero falar. Não agora, talvez depois.

Dessa vez, eu quero lembrar um sonho bom, um sonho que persiste. Sinto-me no dever de avisar desde já que o que eu chamo de sonho pode vir com outros nomes: planos, desejos, expectativas, aspirações, ilusões. E que, em diversos casos, é suficiente sonhar. Isso por si só me completa.

E, de novo, estou enrolando.

Indo direto ao ponto: músicas me inspiram. Pouquíssimas foram, até hoje, capazes de me arrepiar dos pés à cabeça. As que conseguiram, porém, normalmente têm uma coisa em comum: o intérprete geralmente é mineiro. (Minha ligação com esse estado lindo não pode ser cortada!).

Foi nos bailes da vida ou num bar
Em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir

Ouço essa música há mais de dez anos. Cerca de seis meses atrás, em algum lugar da estrada entre o Rio e o Espírito Santo, escutei-a de outra forma. Eu me vi na música. Dois dias antes, havia recebido a notícia/surpresa de que tinha passado no vestibular para Comunicação Social. E eu me senti perdida. Bateu um medo de não ser boa o suficiente para a profissão que havia escolhido. Questionei todas as minhas certezas quanto ao Jornalismo na minha vida. E meu chão mais uma vez se abriu.

A música tocou – pela terceira vez durante o percurso, devo acrescentar. E me veio logo à cabeça: se vários bons cantores começaram nos bailes da vida e, por terem começado nos bailes da vida, tornaram-se bons cantores, um jornalista pode se tornar um bom profissional se começar a escrever nos blogs da vida.

Faz algum sentido? Idiota demais?

O que eu quero dizer é que, apesar de seis meses atrasada, a ideia de montar um blog surgiu daí: do medo de ser uma jornalista mediana, ordinária – no sentido literal da palavra.

E que essa ideia se tornou hoje, para mim, não somente um modo de me tornar uma melhor repórter - ou seja lá o que eu escolha no meu futuro profissional. Eu quero me tornar uma pessoa melhor. Isso aqui é parte da mudança que, a partir de hoje, começarei a viver.

Dei o primeiro passo. Não há como voltar. Os bailes da vida me esperam de portas abertas. E eu quero dançar, eu quero dançar...


2 comentários:

  1. Ta certíssima!! Tanto na atitude em relação à vida (quem nunca caiu ou quebrou a cara eh pq nunca viveu), quanto ao motivo do blog!!
    Desejo muita sorte e tenho certeza de que vc não vai ser uma jornalista ordinária.

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  2. - Amei o seu blog, amo as coisas que escreve. Já estou te seguindo. Me identifico muito com as coisas que escreve, Bjão_*_

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